O que mais evidencia no processo de
envelhecimento são as alterações da comunicação. Essas mudanças interferem
negativamente no idoso.
Podemos afirmar que a origem de muitos
distúrbios da voz e da fala encontra-se na desarmonia do nosso sistema
neurológico, físico, psicológico e social. A gagueira, a rouquidão, os vícios
de pronúncia, os tremores na voz, a rigidez na articulação, a variabilidade da
altura, do tom e de timbre, os transtornos na ressonância, alterações na
deglutição e etc, podem ser resultados de um funcionamento anormal de um ou de
vários dos conjuntos dos sistemas mencionados.
GAGUEIRA NA TERCEIRA IDADE:
A gagueira é um distúrbio em que acontecem
quebras ou rupturas involuntárias no fluxo da fala. Ela é caracterizada por
repetições de sons, sílabas, palavras, prolongamentos, bloqueios e pausas. A
pessoa que gagueja sabe exatamente o que quer dizer, mas tem dificuldade na automatização
e na temporalização dos movimentos da fala.
É muito importante que a pessoa idosa com
gagueira não se intimide e deixe de expressar o que pensa e sente. Alguns
artifícios auxiliam a diminuir o impacto da gagueira, como usar interjeições,
substituir palavras que geralmente tenha dificuldade, falar de forma mais
pausada, principalmente, levar a sério o tratamento.
Vale destacar que comparecer às sessões de
fonoterapia é imprescindível para o progresso e melhora do paciente.
PATOLOGIAS QUE PODEM SURGIR NA TERCEIRA
IDADE:
Presbiofonia: envelhecimento da voz Embora o
processo de envelhecimento seja progressivo e inevitável, existem grandes
diferenças entre indivíduos na forma e extensão com que as alterações ocorrem.
Diversas pesquisas demonstram que pessoas com a mesma idade cronológica exibem
diferentes níveis de performance cognitiva, sensorial, motora e qualidade
vocal, que dificulta a identificação da idade pelos ouvintes.
O inicio do envelhecimento vocal, seu
desenvolvimento e o grau de deficiência vocal dependem de cada indivíduo, de
sua saúde física e psicológica e de sua história de vida, além de fatores
constitucionais, raciais, hereditários, alimentares, sociais e ambientais,
incluindo aspectos de estilo de vida e atividades físicas, desta forma é
possível a modificação do curso das alterações vocais do envelhecimento através
de exercícios, boa nutrição e estilo de vida saudável, o que explica como
alguns atores, cantores ou outros profissionais da voz atuante, as alterações
na voz devido ao envelhecimento podem ser menos proeminentes ou mesmo não
ocorrer.
Alterações respiratórias, tensões musculares,
problemas de postura, podem gerar o mau uso dos mecanismos do aparelho vocal
impedindo uma voz natural.
Presbiacusia - envelhecimento do aparelho
auditivo: É uma das perdas que mais prejudica a capacidade de comunicação. A
exposição a ruídos, estresse, uso de certos medicamentos e deficiências
alimentares são alguns fatores da perda auditiva. A queixa típica do idoso com
esse quadro é que escuta, mas não entende o que lhe é dito.
Disfagia - dificuldade em engolir o alimento:
As causas mais comuns são os problemas neurológicos como AVC, TCE, Parkinson,
Mal de Alzheimer, miastenia gravis, distrofia muscular, esclerose lateral
amiotrófica, paralisia cerebral, entre outros.
Distúrbios da motricidade oral: são mudanças
anatômicas e/ou funcionais do mecanismo oral que podem afetar diretamente a
fala e outras funções, como mastigação e a deglutição. As causas mais comuns
são ausência de dentes, problemas periodentais, atrofia dos músculos
mastigatórios, prótese mal ajustada e podemos também encontrar alterações na
deglutição e linguagem nas doenças neurológicas.
ALTERAÇÕES MAIS COMUNS ENCONTRADAS
diminuição do paladar (não consegue mais
sentir plenamente o gosto dos alimentos, ocasionando aumento na adição de
temperos)
diminuição da saliva
lentidão na hora da mastigação, seja pelo
envelhecimento dos órgãos como a língua ou por uso errado da prótese
(dentadura)
ter que fazer o ato de engolir várias vezes
para que o alimento todo desça
dificuldade em engolir alimentos duros,
fibrosos e secos
engasgos freqüentes e tosse após engolir
a voz torna-se grave em mulheres e aguda nos
homens
mau uso de aparelhos de amplificação auditiva
presença de refluxo gastro-esofágico
próteses dentárias (dentadura) mal adaptadas
dificuldade ou incapacidade de escutar e/ou
distinguir sons, principalmente em ambientes ruidosos.
Fonte: Profala