O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento que causa
comprometimentos no relacionamento e interação com outras pessoas, na linguagem
e apresenta comportamentos restritos e repetitivos. Os Transtornos Globais do
Desenvolvimento (TGD) caracterizam-se por um comprometimento grave e global em
diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca,
habilidades de comunicação ou presença de estereotipias de comportamento,
interesses e atividades. Os prejuízos qualitativos que definem estas condições
representam um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade
mental do indivíduo.
São considerados Transtornos Globais do Desenvolvimento:
· Transtorno
Autista
·
Transtorno
de Rett
·
Transtorno
Desintegrativo da Infância
·
Transtorno
de Asperger
·
Transtorno
Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação
|
Segundo a CID-10, os Transtornos
Globais do Desenvolvimento (TGD) são um grupo de transtornos caracterizados por
alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e modalidades de
comunicação e por um repertório de interesses e atividades restrito,
estereotipado e repetitivo. Estas anomalias qualitativas constituem uma
característica global do funcionamento do sujeito, em todas as ocasiões.
Recomenda-se utilizar, se necessário, um código adicional para identificar uma
afecção médica associada e o retardo mental (F70 – F79).
O grau de comprometimento é de intensidade variável: vai desde
quadros mais leves, como a síndrome de Asperger (na qual não há comprometimento
da fala e da inteligência), até formas graves em que o paciente se mostra
incapaz de manter qualquer tipo de contato interpessoal e é portador de
comportamento agressivo e retardo mental.
Características do autismo
Existem muitos graus de autismo, mas quanto mais cedo a criança
for identificada e começar o treinamento de habilidades sociais, melhor será
seu desenvolvimento.
Segundo a ASA (Autism Society of American), indivíduos com autismo
usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:
·
Dificuldade de
relacionamento com outras pessoas
·
Riso inapropriado
·
Pouco ou nenhum
contato visual - não olha nos olhos
·
Aparente
insensibilidade à dor - não responde adequadamente a uma situação de dor
·
Preferência pela
solidão; modos arredios - busca o isolamento e não procura outras crianças
·
Rotação de
objetos - brinca de forma inadequada ou bizarra com os mais variados objetos
·
Inapropriada
fixação em objetos
·
Perceptível
hiperatividade ou extrema inatividade - muitos têm problemas de sono ou excesso
de passividade
·
Ausência de
resposta aos métodos normais de ensino - muitos precisam de material adaptado
·
Insistência em
repetição, resistência à mudança de rotina
·
Não tem real medo
do perigo (consciência de situações que envolvam perigo)
·
Procedimento com
poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna
só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma
determinada maneira os alisares)
·
Ecolalia (repete
palavras ou frases em lugar da linguagem normal)
·
Recusa colo ou
afagos - bebês preferem ficar no chão que no colo
·
Age como se
estivesse surdo - não responde pelo nome
·
Dificuldade em
expressar necessidades - sem ou limitada linguagem oral e/ou corporal (gestos)
·
Acessos de raiva
- demonstra extrema aflição sem razão aparente
·
Irregular
habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos
·
Desorganização
sensorial - hipo ou hipersensibilidade, por exemplo, auditiva
·
Não faz
referência social - entra num lugar desconhecido sem antes olhar para o adulto
(pai/mãe) para fazer referência antes e saber se é seguro
É
relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos
estes sintomas, porém muitos dos sintomas está presente entre os 12 e os 24
meses da criança. Eles variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para
sintoma, pois o autismo se manifesta de forma única em cada pessoa.
Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e
são inapropriadas para sua idade.
Vale
salientar também que a ocorrência desses sintomas não é determinista no
diagnóstico do autismo. Para tal, se faz necessário acompanhamento com
psicólogo, psiquiatra da infância ou neuropediatra.
O tratamento do autismo
Vai
depender da gravidade do déficit social, de linguagem e comportamental que o
indivíduo se encontra. Em crianças pequenas, a prioridade do tratamento
normalmente é o desenvolvimento da fala, da interação social/linguagem,
educação especial e suporte familiar.
Já
com adolescentes, o tratamento é voltado para o desenvolvimento de habilidades
sociais necessários para uma boa adaptação, desenvolvimento de habilidades
profissionais (terapia ocupacional) e terapia para desenvolvimento de uma
sexualidade saudável.
Com
adultos, o foco está no desenvolvimento da autonomia, ensino de regras para uma
boa convivência social e manutenção das habilidades aprendidas.
De
um modo geral o tratamento tem 4 objetivos:
·
Estimular o
desenvolvimento social e comunicativo;
·
Aprimorar o
aprendizado e a capacidade de solucionar problemas;
·
Diminuir
comportamentos que interferem com o aprendizado e com o acesso às oportunidades
de experiências do cotidiano; e
·
Ajudar as famílias
a lidarem com o autismo.
Os
indivíduos com autismo têm uma expectativa de longevidade normal, porém sua
agressividade, dificuldade de pedir ajuda e dificuldade em obedecer regras
podem ser perigosos. Algumas formas de autismo grave exigem acompanhamento pelo
resto da vida para evitar situações de risco.
O
autismo é um transtorno nunca desaparece completamente, porém com os cuidados
adequados o indivíduo se torna cada vez mais adaptado socialmente. Intervenções
apropriadas iniciadas precocemente podem fazer com que alguns indivíduos
melhorem de tal forma que os traços autísticos ficam imperceptíveis para
aqueles que não conheceram a trajetória desenvolvimental desses indivíduos.
O
diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento. Um
tratamento adequado deve levar em consideração as comorbidades (ou seja, outros
transtornos associados a cada caso) para a realização de atendimento apropriado
em função das características particulares do indivíduo. Exemplos de
comorbidades incluem Transtorno obsessivo-compulsivo e problemas de
aprendizagem.
A
terapêutica pressupõe uma equipe multi e interdisciplinar – tratamento médico
(pediatria e psiquiatria) e tratamento não-médico (psicologia, fonoaudiologia,
pedagogia e terapia ocupacional), profissionalizante e inclusão social, uma vez
que a intervenção apropriada resulta em considerável melhora no prognóstico.
O
sucesso do tratamento depende não só do empenho e qualificação dos
profissionais que se dedicam ao atendimento destes indivíduos, como também dos
estímulos feitos pelos cuidadores no ambiente familiar. Quanto mais os
cuidadores souberem sobre o tratamento do autismo, melhor para o
desenvolvimento global da criança. Dentre os fatores mais importantes para o
prognóstico do funcionamento social geral e desempenho escolar destacam-se o
nível cognitivo da criança, o grau de desenvolvimento na linguagem e o
desenvolvimento de habilidades adaptativas, como as de auto-cuidado.
A
demora no processo de diagnóstico e aceitação é prejudicial ao tratamento, uma
vez que a identificação precoce deste transtorno global do desenvolvimento
permite um encaminhamento adequado e influencia significativamente na evolução
da criança.
Os
atendimentos precoces e intensivos podem fazer uma diferença importante no
prognóstico do autismo.
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