A Fonoaudiologia em conjunto com a Ortodontia, realiza importante avaliação morfofuncional para correção dos desvios das funções neurovegetativas e morfológicas do sistema estomatognático. São as chamadas funções estomatognáticas, à articulação temporo-mandibular, mastigação, sucção e deglutição, a fonoaudiologia tem como um de seus objetivos o restabelecimento destas funções visando o equilíbrio miofuncional.
O trabalho da Fonoaudiologia visa sobre tudo prevenir, habilitar ou reabilitar as funções. Sabemos que alterações dentárias e ósseas podem interferir nas funções de mastigar, deglutir, falar e respirar. Assim como estas mesmas funções, quando não estão sendo realizadas de maneira adequada, podem causar ou contribuir para o surgimento de alterações dentárias.
O ortodontista deve estar bem informado sobre a importância dessa atuação em conjunto, e, de como a fonoaudiologia pode tornar o tratamento ortodôntico mais eficaz. Sendo assim, é essencial que o ortodontista procure conscientizar seus pacientes sobre a importância do diagnóstico e intervenção multidisciplinar, diminuindo assim os danos causados ao crescimento e desenvolvimento das estruturas craniofaciais o mais cedo possível.
Alterações da motricidade oral
A terapia miofuncional, no trabalho com motricidade oral, atua nas desordens miofuncionais restabelecendo as funções de:
• respiração;
• mastigação;
• deglutição;
• fonação e articulação
• sucção.
É possível também associar recursos mioterápicos, adequando força e movimento dos músculos a elas envolvidos, além de trabalhar a remoção de hábitos parafuncionais e postura.
Os tratamentos são individualizados, estabelecendo de maneira diversificada os exercícios a cada caso específico, respeitando a relação forma-função. Daí, a importância do trabalho em parceria com a ortodontia, complementando-se na definição das alterações de personalidade.
Respiração oral
A criança, quando nasce, respira pelo nariz e, caso não aconteçam interferências como rinites, bronquites, alergias, hipertrofia de amígdalas ou adenóides, a respiração nasal deverá continuar até o final da vida.
Funções do nariz:
- respirar (filtrar, aquecer e umidificar o ar);
- cheirar;
- falar.
Quando não respiramos pelo nariz e sim pela boca, podemos causar desde uma simples irritação da mucosa oral até graves alterações de crescimento. A língua irá posicionar-se diversamente dentro da boca, e não cumprirá seu papel de modelador dos arcos dentários.
Algumas características do respirador oral para os quais devemos estar
atentos:
- indivíduos que roncam e babam a noite;
- sensação de boca seca ao acordar;
- menor rendimento físico;
- diminuição do olfato e paladar;
- gengivas hipertrofiadas (tamanho aumentado);
- olheiras;
- lábios hipotônicos (moles);
- nariz geralmente entupido;
- língua muito flácida e anteriorizada;
- assimetrias faciais;
- deglutição atípica;
- respiração ruidosa;
- mastigação ruidosa;
- cabeça mal posicionada;
- mordidas cruzadas unilaterais; etc...
O tratamento parte da conscientização da respiração nasal e a importância do uso do nariz e do fortalecimento da musculatura oral.
É imprescindível a orientação à família quanto à mudança de comportamento ao dormir e o tipo de alimentação, que deverá conter mais alimentos sólidos, melhorando a hipotonia dos órgãos fonoarticulatórios.
O trabalho com o respirador bucal não é limitado à fonoaudiologia. Muito pelo contrário, normalmente temos um otorrinolaringologista e um ortodontista acompanhando o caso.
Mastigação
A mastigação é o trabalho conjunto da mandíbula em relação à cavidade oral (língua, dentes e músculos) que tem como objetivo a degradação mecânica dos alimentos, transformando-os em pedacinhos. Em seguida, estes pedacinhos menores ligam-se entre si pela ação misturadora da saliva, obtendo-se desta forma o bolo alimentar pronto para ser deglutido.
Alguns indicadores que nos mostram que a mastigação não está sendo feita adequadamente:
- musculatura facial assimétrica;
- dor ou ruído na ATM (articulação têmporo- mandibular);
- desvio ou limitação mandibular;
- postura unilateral viciosa;
- movimentos verticalizados.
É necessário que se faça uma consulta ao ortodontista, a fim de diagnosticar estes possíveis quadros. E em seguida buscar o trabalho fonoaudiológico para que se possa atuar conjuntamente de uma maneira mais efetiva.
Deglutição
Podemos definir deglutição como o ato de engolir, isto é, o transporte do bolo alimentar ou de líquidos da cavidade oral até o estômago. Ela age como mecanismo protetor, removendo partículas originariamente perdidas na mesofaringe.
A deglutição alcança a maturação aproximadamente aos 3 anos, quando passa a ser chamada deglutição adulta, e esta se caracteriza por:
- toque de língua na papila palatina;
- oclusão dentária;
- não participação ativa dos músculos peri-orais;
- movimento ondulatório da língua contra o palato.
Geralmente o deglutidor atípico apresenta:
- respiração bucal;
- postura incorreta da cabeça;
- musculatura peri-oral alterada;
- presença de interposição e pressionamento atípico da língua;
- deslize mandibular;
- alteração da sensibilidade oral.
Estas alterações podem aparecer isoladamente ou associadas.
Obs: Dependendo da posição do pescoço, a língua também tenderá a se posicionar mais para frente ou para trás, colaborando com o crescimento inadequado. E quando a língua sai do arco superior, ela eleva a laringe junto, o que tende a provocar também um problema vocal.
Devemos buscar sempre o correto posicionamento do tronco e da cabeça para iniciarmos o tratamento de reeducação miofuncional, que visa o trabalho de toda a musculatura orofacial associada à deglutição, para alcançar um bom desempenho desta função.
O TRATAMENTO ORTODONTICO MUITAS VEZES REQUER O TRATAMENTO CONJUNTO COM A FONOAUDIÓLOGA.
*Texto retirado do site do Dr. Camilo de Souza Cruz.
*Texto retirado do site do Dr. Camilo de Souza Cruz.
Dessa maneira: Fonoaudiologia & Ortodôntia - "Juntas para o benefício de todos" - O ortodontista tem o papel de corrigir o problema do dente e o meu como fonoaudióloga é tratar e corrigir os prejuízos funcionais, que geralmente ocorrem por causa da alteração dentária. Se os tratamentos não estiverem sendo realizados juntos, o tratamento dentário pode não atingir o resultado esperado, pois os músculos estando fracos e as funções sendo realizadas de forma errada irão forçar os dentes a voltar a ter alterações.
Dra. Roberta Pereira - Tel: 2143-3451
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